terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cheiros, baratas e outras loucuras


Gosto do cheio dos livros. E não tem nada a ver com exclusivamente livro novo, não precisa estar quente da gráfica para mexer com a minha imaginação. Para mim, cada tipo de papel tem um cheiro peculiar e é incrível como me transporta em viagens espetaculares pela memória. Houve apenas uma exceção até hoje: lembro com exatidão de um livro que ganhei na adolescência “As aventuras do barão de Munchausen”, que tinha um cheiro horroroso, impossível de explicar. As páginas eram em papel couchê com alta gramatura, ou seja, não era qualquer porcaria em termos de qualidade. Achei o livro chato e até hoje (nunca mais o vi na vida) e não sei dizer se era mesmo ruim ou o problema era o cheiro. Provavelmente um pouco de cada.
A verdade é que cheiro é uma coisa muito particular. Uma querida amiga tem uma bolsa nova que adora e não consegue usar, diz que tem cheiro de barata. Só não digo que ela está louca porque não tenho o nariz (ou o cérebro) dela. Mas gosto até do cheiro de livros velhos, fico pensando na história de cada um. Os chatos podem até me dizer que estão cheios de ácaros, mas e daí? Cada um com a loucura que merece.

Um comentário:

Raphael Rocha Lopes disse...

Apesar de não ser um especialista em aromas, as pessoas me acham meio louco - ou tolo - por cheirar os livros nas livrarias. Tento ser discreto. Mas bom saber que não sou o único, hehe. E já tentei ler o Barão. Também não terminei.