terça-feira, 7 de julho de 2009

Vejo, logo existo!


A leitura tem (mais) uma qualidade que para mim é fundamental. Tem o dom de me levar para longe, ajuda-me a esquecer os problemas – pelo menos momentaneamente – e distrai-me do martelar de pensamentos obsessivos quando nem tudo vai bem. Graças a livros maravilhosos, e a outros nem tão bons assim, viajo e retorno encontrando uma realidade diferente porque tudo serve de aprendizado. Recentemente estou lendo sobre a vida de Helen Keller, que aos dezoito meses de idade ficou cega e surda e de sua luta árdua e vitoriosa para se integrar na sociedade, tornando-se além de celebre escritora, filosofa e conferencista, uma personagem famosa pelo trabalho incessante que desenvolveu para o bem estar das pessoas portadoras de deficiências.
A leitura desse livro me ajuda a agradecer pela minha visão quase perfeita (vista cansada é uma merda e um indicativo de idade) e – bem Pollyanna mesmo – mostra que tudo podia ser pior.

Na foto à esquerda, Helen Keller com a professora, Anne Sullivan, a professora de vinte e um anos que foi morar em sua casa para ensiná-la a "ver" o mundo.

“Belos dias como estes, fazem o coração bater ao compasso de uma musica que nenhum silêncio poderá destruir. É maravilhoso ter ouvidos e olhos na alma. Isto completa a glória de viver”. Helen Keller

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ler em alemão...

Devo meu vício (vício?) em livros ao meu avô paterno. Desde muito cedo ganhava livros de história nos aniversários e no Natal. Com um detalhe: não eram simples “historinhas”, mas livros bem juvenis, com enredo e muitas páginas para vencer. Aos poucos fui aprendendo a fazer pedidos específicos e esperar pelas datas para ganhar novas obras. Aliás, quando eu era criança, só ganhávamos presentes em ocasiões bem marcadas, nada de presentinhos fora de hora. Talvez por isso eu tenha valorizado tanto cada livro que ganhei. Ainda tenho vários.
Com os anos fui começando a “namorar” a estante de livros do seu Ernesto, rondando-a e pedindo empréstimos. Ele também colecionava a Seleções do Readers Digest em alemão (Por que eu não aprendi o idioma? Não me conformo!). Quando ele adotou a edição em português eu fiquei freguesa e adorava ler e reler (e recortar) as revistas. Talvez por isso até hoje eu goste das edições bem antigas (décadas de 40 e 50) quando as encontro nos sebos.
Na última vez que vi meu avô antes dele falecer repentinamente dois dias antes da minha festa de 15 anos, levei a maior bronca pela demora em devolver seus livros e pelo estado em que os deixava. Saí da casa dele emburrada pelo merecido pito. Hoje, quase todas as minhas manias são as mesmas dele e ainda não perdoei minha mãe por ter me convencido a abrir mão da estante de livros que ele tinha em seu quarto. E daí que a maioria era em alemão?