segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A posse. Ai, a posse...


Assim como detesto emprestar meus livros, também não gosto de ler os que não são meus. O meu jeito esquisito de ler, pegando e largando, atravessando várias leituras no meio, indo à estante buscar referências ou relembranças, faz com que em algumas oportunidades o livro demore a ser liberado. E isso não ajuda em nada a reduzir as pacientes (qual o remédio?) pilhas de obras nas mesas de cabeceira.
Por outro lado, o meu velho e já muito admitido sentimento de posse faz com que livro apreciado precise morar em definitivo comigo, entre outros motivos, para eu voltar a ele sempre que me der vontade. Tenho o hábito de comprar livros que já li e que gostei tanto a ponto de querer um exemplar. Quando isso acontece, vão direto para a estante, a menos que a vontade seja muita e eu releio imediatamente. Depois da compra passo dias namorando a nova aquisição. Isso vem do tempo em que pegava unicamente livros em bibliotecas ou conseguia emprestado. Ficou aquele sentimento ruim do “querer e não poder ter” que me visita até hoje, obrigando-me a adquirir pelo puro e simples sentimento de posse. Tenho uma amiga que conta seus tempos de infância em que tinha apenas um sapato de inverno e uma sandália para o verão. Hoje, bem sucedida, compra sapatos a granel e admite que é para compensar os tempos de miserê.
É provável que aconteça o mesmo comigo no que se refere aos livros, e por isso vou comprando.

2 comentários:

Anônimo disse...

Também não gosto de emprestar livros, especialmente para pessoas que eu sei que não dão o mesmo valor a eles do que eu!


Camila Faria

Mi Müller disse...

Cada postagem tua me faz perceber o quanto temos traços em comum em relação aos livros e nossos hábitos de leitura, acho tão bom isso :)
Eu sempre compro um livro que li e gostei muito mas não era meu, tem uma coleção que estou caçando e comprando sempre que encontro porque além de ser super super quero que o meu guri possa ler também.
estrelinhas coloridas...