segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Corrigindo uma injustiça

Há cerca de duas semanas, num hiato inexplicável de tempo que tive durante a tarde (milagres que acontecem), passei rapidinho no sebo mais próximo do escritório e que frequento quase religiosamente há uns cinco anos. Ali tive duas surpresas, uma ruim e outra boa: a primeira é que o sebo estava de mudança. Coincidentemente aquele era o último dia naquele endereço e foi uma sorte eu ter passado por ali, pois já peguei o mapa da próxima localização (bem mais longe, por sinal, o que complica minha vida nos dias escaldantes de verão).
A parte boa da visita foi que achei um livro de Thomas Mann à venda, coisa raríssima, e por dez reais, melhor ainda. E um livro que eu não conhecia: Felix Krull – Confissões de um impostor, o último romance escrito por Mann. Mas o que me chamou a atenção ao folhear o livro foi ver que ele tinha páginas coladas, precisando uma espátula, tesoura ou estilete para serem abertas. E detalhe: o livro – bastante velho e gasto – só foi aberto até mais ou menos a página 50. A partir dali, pelo visto nenhum olho humano andou por ali.
Triste, não? Um livro que envelheceu sem ser lido, folheado. Pode parecer bobagem, mas isso mexeu tanto comigo que o coloquei no topo de uma das pilhas de livros que esperam a vez na minha cabeceira. Sei lá, parece que me achei na obrigação de corrigir uma injustiça...

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