sábado, 10 de setembro de 2011

Um papo com o meu autor favorito


Até hoje não encontrei justificativa válida para o meu apego a determinados livros. Tenho verdadeiros campeões de releituras. E quando falo em campeão de releituras, falo em vinte, trinta vezes, que peguei o livro novamente. Talvez algum psicólogo tenha uma boa explicação para isso, mas alguns eu chego a saber trechos de cor. Certa vez, confrontada pela dúvida de um amigo, recitei todo o primeiro parágrafo de “Um certo capitão Rodrigo”, que faz parte da trilogia “O tempo e o vento”, de Érico Veríssimo, favorito absoluto da minha estante e que peguei pela primeira vez na adolescência, totalmente fora de ordem, e que somente li completo, na sequência, lá pelos 18 anos. Nasci na mesma cidade que Érico – Cruz Alta, no interior do Rio Grande do Sul – e na adolescência morei próximo à casa em que ele nasceu e cresceu, e da casa dos seus avós, ao lado, transformada em uma modesta biblioteca, a qual muito frequentei, descobrindo ali autores citados por Érico Veríssimo em seus livros.

Falo tudo isso porque há alguns dias, numa pausa necessária (necessária porque eu acho, não porque efetivamente seja) nos livros à espera, parei em frente à estante procurando uma releitura e me vi pegando o primeiro tomo de “O retrato”, a segunda parte da trilogia “O tempo e o vento”. Deste também sei trechos de cor, o que não diminui o encanto e o brilho da leitura. Muito manuseados, os livros têm páginas soltas, sobrecapa em papel pardo e plástico, acusando os anos de pega-e-larga. Como já disse, não sei e nem procuro explicação para tanto apego, além de uma profunda identificação com o autor que não se repete com o filho de mesmo sobrenome. Gosto de pensar que este seria um escritor de quem eu seria amiga e que lamento muito não ter tido a oportunidade de conhecer pessoalmente. Se é que existe vida após a morte, Érico Veríssimo seria disparado o meu escolhido para bater papo e falar sobre livros.

A mesma foto que ilustra este post está em um porta retratos no meu aparador que abriga os livros sobre livros que tenho em casa.

2 comentários:

Anônimo disse...

A gente vai acumulando preferências ao longo da vida, né? Autores preferidos, livros inesquecíveis... Érico Veríssimo é realmente maravilhoso, bela escolha!


Camila Faria

Cecilia Nery disse...

Denise, quando estive em Porto Alegre passei perto da casa de Luís Fernando Veríssimo que, acredito, deva ter sido do pai, Érico Veríssimo. Aliás, tudo em Porto Alegre respira a Érico Veríssimo e Mário Quintana. Não é à toa que Érico é seu autor preferido. Parabéns pela escolha. Beijos.