segunda-feira, 4 de maio de 2009

Redescobertas


Tenho desde criança um hábito que já virou compulsão: releio incansavelmente os livros que um dia me encantaram o coração. E o mais interessante é que a cada nova leitura eu reencontro o antigo prazer. Em muitos livros eu chego a saber trechos de cor. E mesmo assim reencontro a magia guardada entre as páginas mesmo sem qualquer elemento surpresa. Raramente fico tanto tempo sem reler um livro a ponto de esquecer o que acontece e como termina. Vou mais longe: releio os livros de infância que consegui salvar. Talvez procurando a menina que fui um dia.
Há alguns anos eu descobri que não estou sozinha. Aliás, muito bem acompanhada: o escritor William Faulkner tinha o hábito de reler todos os anos os autores que amou na juventude: Cervantes, Flaubert, Balzac.
Borges também tinha o hábito de reler velhos clássicos e traduzia o seu amor pela literatura afirmando que “se recuperasse a visão eu não sairia de casa, ficaria lendo e relendo os inúmeros livros que possuo.”
Claro que muita gente tem esse hábito e não vou ficar aqui dando uma de pedante achando que só eu – além dos mestres – faz isso. Mas até hoje não encontrei pessoalmente uma alma gêmea na releitura. E adoraria.

3 comentários:

Elisa disse...

Dê,
Penso que tocaste no ponto: vontade de voltar no tempo.
Vou além: um bom livro, destes que deixam saudades, trata-se de um complemento de uma fase gostosa de nossa vida.
Eu, pessoalmente, não consigo ler quando estou baixo astral. Por isso tenho diversos livros como peças responsáveis por bons momentos da vida.
Bjks

Denise disse...

Já eu procuro justamente ler quando estou de baixo astral. Assim esqueço os motivos que me deixaram assim... rsrs

Maristela Melo disse...

Gosto de reler bons livros, mas o tempo não é meu amigo... por enquanto, gostei do seu blog, paixão por leitura é isso !!! adorei o desenho de Carla Antunes..