quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ler em alemão...

Devo meu vício (vício?) em livros ao meu avô paterno. Desde muito cedo ganhava livros de história nos aniversários e no Natal. Com um detalhe: não eram simples “historinhas”, mas livros bem juvenis, com enredo e muitas páginas para vencer. Aos poucos fui aprendendo a fazer pedidos específicos e esperar pelas datas para ganhar novas obras. Aliás, quando eu era criança, só ganhávamos presentes em ocasiões bem marcadas, nada de presentinhos fora de hora. Talvez por isso eu tenha valorizado tanto cada livro que ganhei. Ainda tenho vários.
Com os anos fui começando a “namorar” a estante de livros do seu Ernesto, rondando-a e pedindo empréstimos. Ele também colecionava a Seleções do Readers Digest em alemão (Por que eu não aprendi o idioma? Não me conformo!). Quando ele adotou a edição em português eu fiquei freguesa e adorava ler e reler (e recortar) as revistas. Talvez por isso até hoje eu goste das edições bem antigas (décadas de 40 e 50) quando as encontro nos sebos.
Na última vez que vi meu avô antes dele falecer repentinamente dois dias antes da minha festa de 15 anos, levei a maior bronca pela demora em devolver seus livros e pelo estado em que os deixava. Saí da casa dele emburrada pelo merecido pito. Hoje, quase todas as minhas manias são as mesmas dele e ainda não perdoei minha mãe por ter me convencido a abrir mão da estante de livros que ele tinha em seu quarto. E daí que a maioria era em alemão?

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