quinta-feira, 31 de março de 2011

Ex libris

Não faz tanto tempo assim que eu descobri o significado da expressão ex libris. Na verdade, tudo começou com o livro de mesmo nome de Anne Fadimann, onde ela relata seu relacionamento com os livros e o que eles significam para ela. É hilário o capítulo em que ela conta como “casou” a sua biblioteca com a do marido. Não só identifiquei-me com ela (menos a parte do marido) como fui atrás do ex libris e descobri é uma expressão latina empregada para determinar a propriedade de um livro. Pronto, não precisei mais nada, para uma obsessiva/compulsiva como eu era obrigatório que eu tivesse também um ex libris. Com a ajuda de uma amiga criei um lay out e pedi a outro amigo (pareço aproveitadora, mas juro que não sou) para imprimir. Após receber a pilha de impressos, cortadinhos e autocolantes, tive momentos absolutamente deliciosos por exatos dois dias (pouco, muito pouco) repassando livro por livro e colando o ex libris em cada um deles. Mesmo hoje, a cada nova aquisição, tenho momentos de puro prazer ao “marcar a ferro” as novas propriedades.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Mudança, novo espaço e costas arrebentadas

Uma mudança e cerca de 1.200 livros encaixotados e desencaixotados deixaram-me literalmente entregue (pena que não mais magra). E a tarefa de desarrumar na casa velha para depois arrumar na casa nova deixou-me pensativa sobre o sentimento de posse que tenho em relação aos meus livros, já que a maioria deles não será mais aberta para nova leitura, embora eu cultive com paixão o hábito de reler? Será que eles devem mesmo ficar dormindo na estante ou serem doados para quem possa usufruir do mesmo prazer que tive ao lê-los? Coisa para se pensar.
De qualquer forma, lá estão eles, devidamente enfileirados nas estantes (na sala estão desarrumados ainda, faltou energia) que agora estacionaram no meu quarto. Antes eu tinha um quarto sobrando e tinha feito um "escritório". O novo apartamento, embora maior em metros quadrados, não tem esse espaço, assim, os livros foram habitar o meu quarto. Assim, durmo e acordo olhando para eles, ou seja, é um belo alimento para a minha compulsão. Será que estou piorando?

quarta-feira, 9 de março de 2011

Dias de infância


Marcel Proust: “Talvez não haja na nossa infância dias que tenhamos vivido tão plenamente como aqueles que pensamos ter deixado passar sem vivê-los, aqueles que passamos na companhia de um livro preferido. Ler para viver, Ler para fazer perguntas. A leitura é a mais civilizada das paixões. Mesmo quando registra atos de barbarismos, sua história é uma celebração da alegria e da liberdade. Ler significa aproximar-se de algo que acaba de ganhar existência."


Boa parte das lembranças da minha infância são associadas a livros, bibliotecas e mãe brigando porque estava na hora de apagar a luz e dormir. Dias de verão com as cigarras cantando loucamente nas árvores e eu dentro de casa atracada com algo fascinante. Para a criança que eu fui qualquer leitura era novidade, e são intensas as memórias de tudo aquilo que comecei a aprender através dos livros. E a eles eu só posso dizer: obrigada!