terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Bibliotecas da minha vida
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Retorno à sexta série
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Sobre facões, Natais, tratores e teias de aranha
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Associações, lembranças e reencontros
Mas o detalhe mais interessante: não li esse livro. Datei-o em 1991, ou seja, exatos 20 anos atrás, e não o li. Só fui lembrar da sua existência lendo outro livro com associação óbvia. Resultado: tirei-o da estante e pousei-o no alto de uma das pilhas de espera, pensativa ante a possibilidade de haver mais opções não lidas na estante. Afinal, essa é a regra: somente vão para lá os que eu já liberei. De qualquer sorte, estranhei a lembrança da mesma forma que estranhei a associação. De 1991 para cá incontáveis livros passaram pelas minhas mãos e me descubro levemente desmemoriada (outro dia, no aeroporto, comprei para ler durante o vôo um livro que já tinha; só o reconheci ao começar a desbravar as primeiras páginas), será que isso é normal? Depois dessa, creio que é uma boa ideia repassar as prateleiras em busca de não lidos, em um verdadeiro garimpo literário pessoal.
E sendo absolutamente Poliana, não deixa de ser interessante tanto esquecimento. Assim nunca me faltará o que ler, bastará atacar os “esquecidos”.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Lendo no trabalho
Mesmo com o pouco – quase nada – tempo para isso, sempre tenho aqui no trabalho um livro para ler nas horas de trégua e nos momento que chamo de “abuso”, leia-se: saco cheio. Por isso é sempre a obra de leitura mais lenta entre todas da minha vida. Estou desde março com “A biografia de Alice B. Toklas”, de Gertrude Stein me desafiando. Leio alguns parágrafos todos os dias e hoje vi que estou finalmente me aproximando do final. Essa leitura entrecortada não atrapalha a compreensão e assimilação do texto, mas admito que é meio estranho. Por isso não pode ser qualquer livro mesmo. O ideal seriam crônicas e contos, mas como não tenho compromisso com a coerência (pelo menos nesse departamento) a tendência é que eu enfie os pés pelas mãos na escolha do próximo. Aqui no trabalho já li as fábulas de Esopo, contos do meu ídolo Scott Fitzgerald (recomendo muito, por sinal) e outros que já nem lembro. De qualquer forma, estimulada pelo sol da primavera e do azul do mar que enxergo da minha janela, combinei um café com amigos hoje após o almoço. Sou capaz de dar uma paradinha na praça e ler mais um capítulo para fazer tempo...
A foto é da vista que tenho da minha janela do escritório, mais ou menos neste ângulo.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Almoço literário
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Também aceito.......
Todo esse nariz de cera é para contar que andando hoje pela rua, apressada como sempre e atrasada para uma reunião de trabalho, passei por uma parte do centro da cidade a que raramente vou. Já sem fôlego pelo meu quase correr, bati os olhos em uma pessoa sentada em um degrau que contorna um prédio comercial. Com as pernas estendidas, creio que até aproveitando o sol da manhã após tanta chuva, vi que, além de cabelos grisalhos, as barbas compridas eram brancas, o que me impediria de avaliar melhor a idade do homem – certamente mais de 60 anos – se eu tivesse me detido mais nos detalhes. Não reparei se ele estava vendendo algo ou pedindo esmolas simplesmente, mas já me afastando, vi um pequeno cartaz pregado por ele na parede ao lado onde estava escorado: “aceito livros de literatura”.
Se coração saísse do lugar, o meu certamente teria caído aos meus pés naquele momento. Sou uma sentimental, raramente nego esmola a quem me pede diretamente e – errada ou não, provavelmente sim – sinto-me incapaz de recusar uns trocados que podem tanto ser trocados por comida, passagem de volta para casa ou sabe-se lá o quê. Se o que dou é utilizado para coisas que eu não aprovo, prefiro pensar que dei de bom coração e com a mais firme intenção de ajudar (alguns meses atrás, um homem chorou na minha frente quando, condoída pela história que me contava, dei-lhe dez reais).
Enfim, hoje, correndo pelo centro rumo a um compromisso para o qual estava roxa de tão atrasada, não pude deixar de fantasiar sobre aquele homem que aceitava “livros de literatura” e gosto de pensar que ele, ali sentado naquela esquina, pedia algo para lhe aquecer a alma. E que eu, sempre tão coração mole na hora da esmola, não podia lhe dar naquele momento. Sou capaz de voltar ali amanhã e deixar alguns livros que, espero, façam-lhe companhia. Se ele os vender, sem problemas, só fico sonhando que os leia.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Livros e testamentos
Agora fico pensando: o que acontecerá com os meus, quando eu me for? Minha afilhada fala sempre – meio a sério, meio brincando – que deseja herdar meus livros. Acho que preciso fazer um testamento...
sábado, 10 de setembro de 2011
Um papo com o meu autor favorito
Até hoje não encontrei justificativa válida para o meu apego a determinados livros. Tenho verdadeiros campeões de releituras. E quando falo em campeão de releituras, falo em vinte, trinta vezes, que peguei o livro novamente. Talvez algum psicólogo tenha uma boa explicação para isso, mas alguns eu chego a saber trechos de cor. Certa vez, confrontada pela dúvida de um amigo, recitei todo o primeiro parágrafo de “Um certo capitão Rodrigo”, que faz parte da trilogia “O tempo e o vento”, de Érico Veríssimo, favorito absoluto da minha estante e que peguei pela primeira vez na adolescência, totalmente fora de ordem, e que somente li completo, na sequência, lá pelos 18 anos. Nasci na mesma cidade que Érico – Cruz Alta, no interior do Rio Grande do Sul – e na adolescência morei próximo à casa em que ele nasceu e cresceu, e da casa dos seus avós, ao lado, transformada em uma modesta biblioteca, a qual muito frequentei, descobrindo ali autores citados por Érico Veríssimo em seus livros.
Falo tudo isso porque há alguns dias, numa pausa necessária (necessária porque eu acho, não porque efetivamente seja) nos livros à espera, parei em frente à estante procurando uma releitura e me vi pegando o primeiro tomo de “O retrato”, a segunda parte da trilogia “O tempo e o vento”. Deste também sei trechos de cor, o que não diminui o encanto e o brilho da leitura. Muito manuseados, os livros têm páginas soltas, sobrecapa em papel pardo e plástico, acusando os anos de pega-e-larga. Como já disse, não sei e nem procuro explicação para tanto apego, além de uma profunda identificação com o autor que não se repete com o filho de mesmo sobrenome. Gosto de pensar que este seria um escritor de quem eu seria amiga e que lamento muito não ter tido a oportunidade de conhecer pessoalmente. Se é que existe vida após a morte, Érico Veríssimo seria disparado o meu escolhido para bater papo e falar sobre livros.
A mesma foto que ilustra este post está em um porta retratos no meu aparador que abriga os livros sobre livros que tenho em casa.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Capas e cupins
Depois do ataque de cupins, meus livros ficaram durante anos em estante de metal, primeiro porque eu morria de medo de que se repetisse o ataque e segundo porque foi o que deu para pagar na época, numa solução emergencial que se estendeu por longo tempo até eu mandar fazer um móvel sob medida.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Um mês de presente
Eu já devia ter o hábito de reler, não acredito que tenha vindo dali, mas reli quase tudo mais de uma vez, só não estudei mesmo, era só o que faltava! Não lembro daqueles dias como tediosos, pelo contrário, lembro da tranquilidade, do silêncio da casa, do calorzinho sob os cobertores (era setembro, em uma época que setembro ainda era sinônimo de inverno), do enorme vidro de balas e doces abastecido pelo meu pai e das pilhas de livros e revistas ao meu redor. Quase o paraíso.
Excetuando umas gripezinhas que mal conseguem me manter um dia longe do trabalho, nunca mais precisei ficar de molho dessa forma e lógico que nem o desejo (sai, satanás!), mas hoje, vendo a chuva que castiga Florianópolis há dois dias e o frio que obriga a vestir um casaco sobre o outro, lembrei daquele mês que ganhei de presente da vida, talvez como uma compensação para a minha total incapacidade de tirar férias depois de adulta.
Pelo menos uma coisa boa estava liberada pelo maldito médico: os doces, quanto mais, melhor para o fígado, dizia ele. Santa juventude: comi como uma louca por um mês e meu peso passou de 47 para 48 quilos. O fígado continua ótimo e acho que veio daí a mania de ler sempre mordiscando alguma coisa.
domingo, 21 de agosto de 2011
Apenas uma declaração de amor
Já me perguntaram por que não faço resenhas aqui. As razões são duas: 1- Morro de preguiça, e 2: não é o objetivo deste espaço, que comecei por pura bobeira, após alguns anos passeando pela web e acompanhado blogs pelos quais me encantei, em especial sobre decoração e coisas para a casa. Só bem mais tarde procurei blogs sobre livros e vi que a maioria faz e publica ótimas resenhas, que já me ajudaram a escolher as próximas aquisições. Minha intenção sempre foi falar da minha relação com os livros e com a leitura e o papel definitivo e preponderante que exercem na minha vida desde muito criança. Como diz no templete: o blog é uma declaração de amor aos livros. Outro dia vi por acaso um papo em vários blogs sobre os livros que recebem das editoras para escrever resenhas e percebi surpresa que existe uma parceria que tem um pouco de relação comercial: as editoras mandam os livros e os blogueiros precisam fazer as resenhas. Fiquei então imaginando a minha desorganização para ler, a demora em pegar um livro recém adquirido e – o principal – o fato de que eu me sentiria trabalhando se tivesse que escrever resenhas (ganho a vida escrevendo e escrevo o dia inteiro, nem imagino fazê-lo com mais um motivo, tornando o blog mais um “trabalho”).
Assim, vou continuar escrevendo quando me der vontade ou tiver assunto e não farei resenhas (a menos que leia algo que goste tanto que precise dividir). Vou continuar procurando-as nos blogs de que tanto gosto e acompanho quase diariamente e falar aqui apenas sobre a minha forma de me relacionar com a leitura. Afinal, foi isso que me motivou até hoje.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
A pilha. Ou melhor, as pilhas!
Tem de tudo. De E. M. Forster (A mais longa jornada), Alberto Manguel (À mesa com o chapeleiro maluco); Gay Talese (A mulher do próximo), Notícias de um sequestro (Gabriel Garcia Márques que, aliás, tem também a biografia, Viver para contar), Albert Camus (O mito de Sísifo), Antônia Fraser (A revolução da pólvora), Sterne (Viagem sentimental) , Anatole France (O crime de Silvestre Bonnard) e, se nada acontecer, o próximo, Arthur Schopenhauer (Como vencer um debate sem precisar ter razão, comprado há mais de três anos por indicação de um amigo querido em uma viagem a trabalho para Porto Alegre).
Isso tudo e muito mais: são 12 livros de um lado da cama e 36 do outro, onde a “mesa” de cabeceira é uma rack bem espaçosa. Essa é a famosa pilha de livros na fila e estou com preguiça de listar todos, embora não para lê-los. Para isso só preciso de tempo. Tem coisa que chegou agora, como o Pai Goriot, de Balzac, e tem coisa que está na fila há vários anos, como Middlemarch, de George Eliot. Provavelmente sempre terei muita coisa esperando, mas imagino que não nesta quantidade. Os 48 livros estão divididos em quatro pilhas. Eram duas quando cheguei ao meu penúltimo apartamento. Fica a dúvida se eu li menos (ando lendo mais devagar mesmo, admito) ou se acrescentei mais. Um pouco de cada, sem dúvida. De qualquer forma estou suprida no caso hipotético de um acontecimento nuclear que tranque todo mundo em casa por meses (tipo o filme “O dia depois de amanhã”, que está passando agora no telecine). Não duvidaria que os livros acabassem antes da comida....
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
A posse. Ai, a posse...
Assim como detesto emprestar meus livros, também não gosto de ler os que não são meus. O meu jeito esquisito de ler, pegando e largando, atravessando várias leituras no meio, indo à estante buscar referências ou relembranças, faz com que em algumas oportunidades o livro demore a ser liberado. E isso não ajuda em nada a reduzir as pacientes (qual o remédio?) pilhas de obras nas mesas de cabeceira.
Por outro lado, o meu velho e já muito admitido sentimento de posse faz com que livro apreciado precise morar em definitivo comigo, entre outros motivos, para eu voltar a ele sempre que me der vontade. Tenho o hábito de comprar livros que já li e que gostei tanto a ponto de querer um exemplar. Quando isso acontece, vão direto para a estante, a menos que a vontade seja muita e eu releio imediatamente. Depois da compra passo dias namorando a nova aquisição. Isso vem do tempo em que pegava unicamente livros em bibliotecas ou conseguia emprestado. Ficou aquele sentimento ruim do “querer e não poder ter” que me visita até hoje, obrigando-me a adquirir pelo puro e simples sentimento de posse. Tenho uma amiga que conta seus tempos de infância em que tinha apenas um sapato de inverno e uma sandália para o verão. Hoje, bem sucedida, compra sapatos a granel e admite que é para compensar os tempos de miserê.
É provável que aconteça o mesmo comigo no que se refere aos livros, e por isso vou comprando.